Thursday, January 04, 2007

Radio-Performance (take #1)

Introdução

Este primeiro lugar serve para definir, explanar, descascar um pouco o que mais à frente se irá desenvolver. Não me estenderei alargadamente – cingir-me-ei ao essencial.

A performance, nomeadamente no campo da antropologia, pode ter lugar de diversas formas e em diversos contextos: desde o contexto social (resolução de conflitos e situações de crise, resultantes de movimentos sociais e inter-classes) – e neste podemos observar desde performances legais, a performances políticas, passando por rituais de passagem ou de justificação de posições, ou actos –, até ao contexto filosófico, e artístico.

É exactamente sobre este último, o contexto artístico, que o trabalho que se segue se debruça: sobre a performance das chamadas artes de palco, e sobre a performance enquanto (e à falta de vocábulo mais adequado para a definir) género teatral.
Digo isto porque, apesar de ser uma representação, não é exactamente teatro; será antes, talvez, um marcar de posicionamento, “making a statement”, uma estilização do mundo e das relações entre as pessoas, nomeadamente entre o artista/performer e o mundo que o rodeia, seja ele (o mundo) mais ou menos amplo; e defino-a assim, ciente da pequenez e carácter redutor desta definição.

Assim, o que é proposto é um número de análises (um deles trata-se meramente de um ensaio, talvez até especulativo, mas de alguma forma viável em determinados tipos de apresentação performática) que partem de pontos de vista diferentes entre si, e que pretendem desta forma traçar, não só um retracto das áreas em que a performance artística pode tocar, mas também do seu evoluir – não só dentro de si mesmo enquanto portadora de uma diversidade imensa de formatos de apresentação (nomeadamente nas áreas do teatro e da dança), mas também dentro do universo social.

Para tal foram utilizados textos de varias áreas também: desde a antropologia, à literatura produzida dentro do âmbito da performance (por estudiosos ou pelos próprios performers): entre os quais uma entrevista realizada a Rogério Nuno Costa realizada em Dezembro de 2005, no âmbito da disciplina Metodologia da Pesquisa Antropológica – Bloco II –, passando pela psicologia e pela filosofia.
Outro tipo de material, de tipo mais empírico, que foi utilizado tratam-se das próprias performances: do criador português Rogério Nuno Costa (utilizadas neste trabalho), as performances “Fui – Esboço #7”, “Fui – Esboço Plástico” e “Fui – Esboço #6 (reprise)”, e dos criadores franceses Laurence Yadi e Nicolas Cantillon da Companhia 7273, “Climax” – apresentadas no Teatro Casa Conveniente e Culturgest, respectivamente.

É então com base nestes dados que os textos, a seguir apresentados, foram construídos, tomando a forma de pontes entre o tema principal e uma panóplia de pontos de vista vindos de outras formas de pensamento, mais ou menos “exactas”. Os pontos de vista apesar de múltiplos, foram restringidos a um número finito, contudo, tentando manter-se o máximo de variedade possível dentro dos mesmos: conceptualização, psicologia, matemática, antropologia, filosofia.

4 Comments:

Blogger Tiago said...

os 7273 são suiços. se precisares do dvd dos espectáculos e uma curta q eles fizeram manda-me mail.

6:13 AM  
Blogger Aeternium said...

agradeço a correcção...
assim farei!
abraço

5:18 AM  
Blogger Aeternium said...

revi as minhas fontes... não sei se a companhia foi criada na suiça, mas ambos os criadores que a compoem sao de origem francesa!

http://www.cie7273.com

abraço

5:22 AM  
Blogger Tiago said...

sim, mas a companhia é suiça.

5:43 AM  

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